Acredito ter sido em mundo paralelo ao nosso, onde os sentimentos tomam forma de espíritos elementais. É nesse paralelo que os Tecelões de Alma (Soul Weaver, do original) vão buscar seus Aliados de Alma (SoulAlly, do original). Eram 2 inimigos que tentavam demonstrar seu poder. O Medo e a Dúvida.
Ambos sabiam de sua interferência na vida humana, ambas sabiam que era de suas batalhas no interior da Alma dos humanos que se concretizavam os sonhos e as lutas dessas criaturas térreas. A Dúvida, ou Dubitare, sabia que as grandes invenções advinham de sua interferência, na dúvida da mistura, do irreal, do concreto. Mas era o Medo, Phobos era seu verdadeiro nome, quem definia tudo. Se o humano aderisse ao Medo, ele empacaria, e de nada adiantaria a Dúvida ter agido.
Quem propôs a resolução do empasse foi a Sabedoria. Este elemental nunca, jamais, deixou que um ser humano a escolhesse. Era ela quem escolhia os seus Aliados de Alma, e a lista era imensa, somente os mais sábios. Rezam as lendas que o primeiro a lhe conquistar foi Platão, que acabou por se tornar um destes também. Sabedoria, ou Sophia para os mais íntimos. No seu imenso conhecimento, ela propôs que ambos tentassem realizar uma invasão. Ela precisava testar um humano para se alias novamente, e quem vencesse o Duelo para infiltrar-se na mente daquele, seria o campeão.
Phobos sabia como Dubitare agia. Ela esperava que algum impasse abrisse a oportunidade e se infiltrava na mente do humano, a fim de fazê-lo pensar. Este pensava, pensava, pensava e achava uma solução. Essa era a deixa para Phobos agir. Pegar essa solução e prendê-la ao seu corpo, absorvendo toda a motivação que aquele mamífero tinha, e destruindo a ideia por completo.
Mas Dubitare sabia, também, como Phobos agia. E agiu de uma forma mais dinâmica. O humano que Sophia escolheu era um pequeno nômade, que vivia em um mundo onde a energia era escassa. Adown era seu nome. Seu povo vivia da maneira que dava, sendo castigado pelas intempéries climáticas do deserto de Karno’rr. Eles sobreviviam de energia solar, mas seus dispositivos eletrônicos só captavam e usavam energia. A noite era gélida, e nada poderia ser feito na escuridão. Até que este garoto encontrou um cristal estranho.
Este tal cristal tinha uma característica única, jamais vista por aquele jovem. Ele conseguia absorver o calor de uma forma incrível e manter-se totalmente quente durante a noite. “Mas, será que poderia eu me aproveitar disso?” , pensava aquele jovem de pele morena e olhos vermelhos.
Dubitare sentiu o questionamento e agiu. Entrou na mente daquele jovem e fez as dúvidas nascerem. “Sim, posso! Mas como?”, “Claro! E seu misturar isso com isso?”, “Perfeito! Agora se eu acoplar aqui e aqui, será que…?”. Pronto. Ideia concreta. Phobos sorriu, e invadiu a mente do garoto. Ele olhou para seu Pai, e para o Líder. Olhou para o equipamento. Era caro. Era feio. Era pesado. O Medo o fez quase desistir. Ninguém aceitaria um garoto como ele, que, aos 16 anos acha que sabe mais que os outros. Nunca!
Phobos se sentia orgulhoso. Tinha vencido! Claro que tinha! Errado estava.
Dubitare invadiu novamente e, depois daquele “Nunca!”, ela injetou um “Será?”. Não seria esse o conhecimento que faltava? Não seria isso que salvaria o seu povo? Não seria isso que faria com que toda a sua aldeia se transformasse em algo mais sólido, sem precisar ficar trocando de lugar por falta de recursos. SIM! SIM! ERAM ISSO!
Phobos, ao notar aquilo, apenas sorriu. Havia perdido, estava claro. Dubitare usou de sua própria forma de ataque para destruir com ele. Ela havia vencido. Era simples de mais.
Sophia também sorriu. Dubitare havia se mostrado eficiente aos seus propósito, e ela teve que retroceder. “Amiga Dúvida, venha até mim”, pediu. “Seu poder e sua sintonia com este rapaz me fizeram pensar. É você quem deve acompanhá-lo, amiga. É você quem deve mostrar a este menino como utilizar das forças elementais para salvar este povo. É você, e não eu, quem foi escolhida para ser seu Aliado de Alma. Vá, e me faça orgulhosa!”
E ela foi. E tornou aquele jovem extremamente sábio, apenas pela dúvida. Um dia, este garoto gerou um sucessor. Alphonse, era seu nome. Ele era bravo, forte e guerreiro. Mas, como era pequeno, ninguém o temia. Mas Dubitare sabia a quem chamar.
Phobos aceitou o chamado, e invadiu a mente daquela criança, nos seus 7 anos. A partir dali, ele passou a ser temido. Seu ímpeto era poderoso, seu olhar destruidor, suas palavras destrutivas. Ninguém conseguia ficar muito tempo na sua presença, pois o temor de que ele os atacasse era deverás grande.
Alphonse se tornou o mais poderoso chefe de tal aldeia e convocou Adown, seu Pai, a lhe aconselhar. Pois ele sabia que, apesar de todos o temerem e o admirarem por isso, era a Dúvida que o fez nascer, crescer e imaginar o futuro que ele queria para seu povo.
Os dois inimigos, Phobos e Dubitare, tonaram-se grandes amigos, e companheiros na proteção e amadurecimento daquele povo. E só tinham o que agradecer aquela grande alma, Sophia. Pois se Phobos gera respeito, Sophia também gera. E se Dubitare gera Sophia, não geraria Sophia também Phobos? Eles eram apenas 3 pontos do mesmo círculo.
O Círculo fechado que a todos nós engloba. O Anel da moeda, que junta a face do bem e do mal…