Um tempo tranquilo

O corpo cansado, a mente quieta. Nada mais me incomoda… Aqueles tempos de revolta estão quietos, esperando renascerem. E a quietude instiga a minha curiosidade… Do mais nada…

Mas me preocupo, mesmo assim. Se o tempo é de quietude, é porque vem coisa grande aí. E quando a coisa é grande, muita gente sai dolorida.

Mas, o que poderia vir a ser? Um amor perdido, voltando? Uma preocupação antiga sorrindo de volta? Uma dor na alma querendo voltar a assombrar? Ou simplesmente aquela paz que todos nós tanto desejamos mas não sabemos usar?

Mas, pra que paz? Se paz é viver quieto, com nenhuma preocupação, vale mesmo a pena? Quero dizer, que proveito dá para tirar da paz? Alguma coisa muda sem um pouco de caos? Haveria alguma melhoria científica, social ou até mesmo política na paz? Ou tudo se estagnaria e os conformistas finalmente teriam a sua tão desejada conformação?

E eu? Conseguiria viver nesses tempos? Em tempos em quem ninguém precisa de ninguém, pois estão completos? Num tempo em que a ajuda não faria mais sentidos, as lutas seriam apenas barbáries e nem mesmo as vacas se dariam ao luxo de parar de pastar?

Não, não conseguiria… Se nem em tempos tranquilos eu consigo parar de pensar em mudar, acho que em tempos de paz o meu ócio me devoraria por completo, e nem mesmo minha alma, que tanto gosta de pelear, conseguiria sobreviver.

Pois quem nasce para guerrear, não sabe o que a paz significa…

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