Boa noite, Sr. Conformismo
Como anda sua vida? Por aqui está tudo certo. Puxado, mas certo.
Vim por meio deste, caro amigo, lhe dizer que mudei de ideia quanto ao nosso relacionamento. Quero lhe dizer que, de agora para diante, eu não mais vou lhe ouvir. Tenho meus motivos:
Primeiramente, gostaria de lhe lembrar o que o senhor fez com o meu Brasil. Você conseguiu fazer com que todos se conformassem com a corrupção, com a falta de policiamento, com a falta de comida. Claro, teve alguns pontos positivos. Se não fosse a conformação desse povo em ter um metalúrgico incomodando, estaríamos até hoje nas mãos do governo direitista…
Agora, será que tem como parar de encher meus amigos? Sério, ta ficando chato já… O pessoal está tão acostumado com o fato de esquerda ser oposição e direita ser situação, que, algo anteriormente inimaginável, a esquerda virou centro, a direita EXTREMA direita, e os defensores dos pobres viram EXTREMA esquerda. Não me leve a mal, sempre defendi o bem estar social, mas tem algo errado… Cadê o meio termo? Dá para diminuir esse desvio padrão?
Mas o que mais me indigna, meu franco, é que quando nasce alguém que queira mudar as coisas, aquele agente que tem o potencial para aumentar a entropia do sistema, ele é taxado de louco. “Sai daí!”, “Vai arranjar o que fazer!”, “Baixa a bola!”. Por quê? O senhor deseja que eu mantenha essa posição de me manter quieto, como eu fiz nos últimos vinte anos?
Pois bem, meu caro, se a reposta foi “sim”, prepara-te. Compraste briga com a pessoa errada. Farei o necessário e mais um pouco para acabar com o problema que o senhor representa na minha cidade. Não, no meu estado. Espere, no mundo. É. Você não sabe o que lhe espera…
Mas, querido amigo, se tudo der certo, eu deixo você voltar em uns 30 anos. Deixe as pessoas dispostas tentarem ajeitar a casa para, quem sabe num futuro não tão distante, a gente possa voltar a ser conformista com a cabeça mais leve…
Saudações Coladas;
Estevan D. Cruz
A voz de um estudante 